A China, que pouco tem contribuído para esclarecer as circunstâncias em que o coronavírus surgiu, em 2019, e que na segunda-feira (28) condenou a quatro anos de prisão uma jornalista que veiculou informações sobre o início da propagação da covic-19, agora, tem acrescida a sua conta mais uma notícia que aprofunda suspeitas de que teria ocultado dados epidemiológicos no auge da primeira onda.
Um estudo elaborado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país, divulgado na noite de segunda-feira (28), indicou que o número de infectados em Wuhan, onde o vírus apareceu pela primeira vez, pode ser 10 vezes maior do que o registrado oficialmente pelas autoridades do Partido Comunista Chinês.
Isso significa dizer que, em vez dos 50 mil contabilizados até domingo (27) só na cidade de Wuhan, os infectados podem somar pelo menos 500 mil.
O estudo faz uma estimativa com base em taxas de infecção por covid-19 em uma amostra de 34 mil cidadãos de Wuhan e de diversos outros pontos da China, como Pequim, Xangai. Os pesquisadores identificaram uma taxa de anticorpos de 4,43% para covid-19 entre os moradores da cidade, muito maior do que em outros municípios da própria província de Hubei e de fora. Os dados têm como base abril.