Ainda que a tragédia na sinagoga de Pittsburg, nos Estados Unidos, domine o noticiário internacional neste domingo, a imprensa global dá ampla cobertura à eleição brasileira ao longo do dia.
Nos Estados Unidos chocado pela morte de 11 pessoas no sábado, o The New York Times traz em sua capa uma reportagem explicativa sobre o cenário político brasileiro, a quarta maior democracia do mundo dividida entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
A rede CNN destacou em sua home de política: "Os brasileiros no domingo elegem o próximo presidente do país em meio a uma das campanhas políticas mais polarizadoras e violentas de sua história".
Do outro lado do Atlântico, a rede BBC destacou que "milhões de brasileiros votam no domingo, escolhendo entre dois políticos muito diferentes". A reportagem salienta que a eleição foi ofuscada por escândalos de corrupção e um ataque com faca a Bolsonaro.
Seus repórteres estiveram em vários centros de votação no Rio de Janeiro e registraram que o pleito ocorreu de forma pacífica, com poucos incidentes:
"No bairro do Leblon, ao lado da icônica praia de Ipanema, havia algumas pessoas vestidas com as cores de seu candidato - verde, azul e amarelo em apoio a Jair Bolsonaro ou vermelho de Fernando Haddad", diz a reportagem.
"Um grupo de apoiadores de Bolsonaro começou a interpelar os que votaram em Haddad", acrecenta.
Na França, o jornal de esquerda Le Monde optou por uma cobertura interpretativa, com artigos de opinião sobre Bolsonaro.
Uma reportagem especial mostrou as contradições dos votos no Rio de Janeiro: "Na consciência coletiva brasileira, o Rio incorpora o princípio do prazer", diz o texto.
O espanhol El País abriu uma área ao vivo para acompanhar o pleito brasileiro: "Normalidade no segundo turno das presidenciais", afirmou. Ao final da votação, destacou na capa o fechamento das urnas e a espera pela contagem dos votos.
No Oriente Médio, a emissora de TV do Catar Al Jazeera deu maior destaque para o caso do jornalista Jamal Khashoggi, morto ao entrar na embaixada saudita no dia 2 de outubro, em Istambul. A rede destacou a chegada de procuradores do reino à Turquia para investigar o assassinato, cuja autoria intelectual leva ao príncipe Mohammed bin Salman.
Do outro lado do mundo, a agência estatal chinesa Xinjua deu amplo destaque à disputa eleitoral brasileira, acompanhando os momentos de voto dos dois presidenciáveis.
Na Argentina, o Clarín classificou a eleição como "histórica". O momento de voto de Bolsonaro e Haddad no "balotaje", como os hermanos chamam o segundo turno, foi acompanhado pelo jornal portenho.