Sei que Bruno Cortez é um grande profissional, aplicado, esforçado, bom de grupo. Tudo isso indica que ele pode ser um bom reserva. Mas nunca titular, se o Grêmio quiser ter um time competitivo, ganhador e que dispute títulos.
Cortez joga no Tricolor desde 2017. Neste tempo todo, fez dois gols e não conseguiu acertar quase nenhum cruzamento que tivesse consequência favorável. É muito pouco para um lateral, ainda que se deva reconhecer suas qualidades de marcação. Quando o Grêmio estava com o time aberto, sem marcação, a presença dele até poderia receber justificativa. Neste momento, no entanto, com a presença de três volantes e Thiago Santos protegendo os zagueiros e dando cobertura aos avanços dos laterais, Cortez não mais se justifica.
Muito melhor escalar Diogo Barbosa, um jogador que tem defeitos na marcação, mas que aparece, com muita frequência e capacidade técnica, nas jogadas ofensivas. Não sei qual será a decisão de Tiago Nunes, mas penso que Cortez, neste momento, não tem razão para ser escalado.
A questão Ferreira
Quando um jogar é jovem, ainda não se tem certeza definitiva de como será seu futuro. Claro que existem os excepcionais, aqueles que ainda no começo mostram muita qualidade. Não era o caso de Ferreirinha. Seu procurador foi o único que acreditou fortemente no seu futuro, sustentou-o durante muito tempo, curou lesões importantes pagando tudo isso.
Na hora de renovar com o Grêmio, depois de um litígio grande, o empresário conseguiu colocar o preço de venda dos direitos federativos de Ferreira no nível de um jogador comum. O Grêmio não apostou no guri como fez seu procurador.
Se Ferreirinha seguir com a evolução que tem mostrado, vai valer muito mais do que está no contrato, ou seja, o clube deixará de arrecadar uma boa grana. Isso faz parte das negociações. Tem vezes em que o clube aposta num jogador, faz um acordo bom para ele, estabelece uma multa enorme — e o cara não confirma.