Segundo o sempre bem informado Eduardo Gabardo, o goleiro Daniel foi trazido para o Inter em 2010, depois de ter jogado a Copa São Paulo pelo Rondonópolis. São 10 anos na base ou treinando sem ser aproveitado no profissional. E o conceito deste jogador, por todos dirigentes que passaram por lá, é de que se trata de um fenômeno, um goleiro extraordinário.
Quantos treinadores passaram pelo Beira-Rio durante estes 10 anos? Quantos dirigentes passaram neste período? Mas será que ninguém viu este jogador? Preferiram contratar dois goleiros — ambos de primeiro nível no futebol brasileiro — e esqueceram o jovem Daniel, que nem jovem é mais, pois vai completar 27 anos.
O atual goleiro reserva do Inter é Danilo Fernandes, grande jogador, mas não para ser reserva. Fiquei sabendo, sem confirmação oficial, que ele ganha R$ 400 mil por mês. Isso significa dizer que o goleiro reserva do Inter custa mais de R$ 5 milhões por ano — um gasto desnecessário, se existem Marcelo Lomba e Daniel. Um desperdício que dura 10 anos.
Um absurdo administrativo de muitas diretores que passaram ao longo deste tempo. São estas decisões equivocadas que levam os clubes à exaustão financeira. O lógico é vender um dos dois consagrados goleiros, arrumar dinheiro com a transação e se livrar de um salário milionário.
Claro que, no futebol, salário milionário se torna relativo. Paga-se muito dinheiro para alguns. Ainda bem que a direção que está entrando no clube se deu conta disto.
Daniel mostrou, contra o Juventude, que pode ser solução — e o clube pode fazer, só nesta medida, uma economia considerável.