Não é de hoje que sabemos que o Inter enfrenta grave crise financeira. Depois de longo esforço colorado para vencer o déficit anual — o que quase aconteceu no ano passado —, a pandemia trouxe novas e dramáticas dificuldades financeiras para um clube que precisa, ao mesmo tempo, pagar contas e ter um time competitivo.
Enquanto Eduardo Coudet vai aos microfones dizer que precisa de contratações, Rodrigo Caetano ocupa os mesmos espaços para comunicar aos torcedores que não existe dinheiro, que o clube precisa ter responsabilidade financeira para tentar vencer uma crise que é muito grande. Contratação significa gastos. E, se sabe, gasta quem tem dinheiro. Não é o caso do Inter.
O treinador insiste em dizer que Yuri Alberto e Maurício não são jogadores prontos para jogar a Série A. Certamente, ele pensa que Musto está apto. Foram contratados 13 jogadores este ano, só o Atlético-MG contratou mais, e a maioria dos jogadores foi indicada pelo treinador. A utilização dos jovens está entre as soluções que o treinador tem para usar, mas ele parece não gostar muito desta solução.
A dívida a curto prazo do clube é enorme, diante do grande prejuízo que a pandemia causou. O orçamento diz que o clube deverá arrecadar cerca de R$ 100 milhões no ano com a venda de jogadores, o que ficará só no papel. O Inter ainda não tem jogadores para vender além de Bruno Fuchs, que gerou cerca de R$ 36 milhões.
Não sei se Eduardo Coudet está se mirando no exemplo de seu amigo Jorge Sampaoli, que ganha, empata ou pede reforços. E que me parece ainda mais dramático: ele coloca publicamente a necessidade de reforços, afirma que o "grupo é curto", deixando saia justa para seus dirigentes e, de alguma forma, colocando publicamente dúvidas sobre a qualidade dos seus jogadores.
Os dirigentes do Inter precisam enfrentar estas dívidas sob pena de inviabilizarem o clube. E a dívida não é pequena, tendo a curto, médio e longo prazo, muito dinheiro para pagar. É hora de mirar a responsabilidade.