Claro que Renato Portaluppi ficou muito magoado porque as pessoas concluíram que ele levou um nó tático de Jorge Sampaoli no primeiro jogo do Campeonato Brasileiro, quando o Santos ganhou do Grêmio na Arena por 2 a 1. O treinador gremista é vaidoso, e sempre acha que é o melhor. Não há problema nisto. Problema é ser incompetente.
No sábado, Renato devolveu, com juros, o nó tático sofrido no início da competição. Segurou bem o primeiro tempo e, no segundo, sabendo que o Santos iria atacar ainda mais, pois isto faz parte do processo profissional de Sampaoli, colocou velocistas para contra-atacar. E foi aí que o Tricolor conseguiu uma goleada histórica na casa que viu Pelé surgir.
Segundo Renato, e eu concordo, poderia ter sido mais do que 3 a 0. Alisson, Everton e Pepê voaram para cima dos zagueiros santistas. Nunca acharam os jogadores do Grêmio. A vitória pessoal do comandante gremista sobre o argentino teve resultado no placar, fazendo o Santos cair na tabela e já ficar bem distante do Flamengo, que ostenta a liderança.
GOLEADAS — Coincidência ou não, depois que Renato tirou André do time e colocou Tardelli no seu lugar, o time explodiu em competência. São três goleadas: 4 a 1 sobre o Cruzeiro, em Belo Horizonte, 3 a 0 sobre o Goiás, na Arena, e 3 a 0 no Santos na Vila Belmiro.
E destas três goleadas, duas foram fora do seu estádio. Aqueles que achavam que com André o Grêmio jogava com dez estão se achando cobertos de razão. Sendo certo ou não, o fato é que o time tem agora outra dinâmica, muito mais competência, domínio de bola e toques envolventes.
Para buscar possibilidade de título no Brasileirão, o Grêmio está muito atrasado. São 14 pontos a menos do que o Flamengo, o que torna inviável ser campeão. Mas já é sétimo colocado, ou seja, decolou, e está muito próximo de vaga na Libertadores via Brasileirão.