Não é novidade, se repete ano após ano e sempre merece consideração. Por que Renato Portaluppi pediu, quase que desesperadamente, a contratação de Thiago Neves? Simples, é porque ele faz a função de armador. Por que o Inter joga muito mais quando tem D'Alessandro em campo? Porque ele faz a função de armador.
O Grêmio espera por Jean Pyerre, ele tem o futebol de craque, mas a sua movimentação e sua taxa de participação no jogo é ineficiente. Mesmo assim, dos pés dele surgiram os últimos seis pontos em dois jogos e que tiraram o Grêmio da situação constrangedora de habitar a zona de rebaixamento do Brasileirão. Quando tinha Luan, tudo funcionava muito melhor.
Tite não tem este jogador na Seleção Brasileira. Espera que Philippe Coutinho dê esta contribuição, mas ele não consegue. No futebol brasileiro são poucos. Esta é uma linhagem de jogador que parece rara e sem ela o futebol fica menor. Este me parece ser o maior problema da nossa Seleção.
Já não tem atacantes como Romário, Ronaldo, Careca e outros e não tem o armador, o jogador que em um lance qualquer transforma uma oportunidade de gol, pifando seus companheiros.
Na Copa do Mundo, Coutinho até largou bem, mas depois foi sumindo até desaparecer. Nesta Copa América, ele busca reproduzir a função, mas não tem as características necessárias. A vida dos atacantes fica complicada, a dificuldade é quase insuperável e os defensores se consagram. Por isso, o Brasil teve 80 % de posse contra a Venezuela e não fez nenhum gol. Ou seja, joga, domina, mas falta o lance definitivo. Só o Cebolinha pode, em um rompante pessoal, passando por muitos defensores e largando a ponta e indo para o meio, desferindo seu forte chute de pé direito, transformar isso em vitória.