Inspirado na campanha de fim de ano do Grupo RBS, que em 2020 traz a mensagem "aprender com a vida faz o mundo melhor", trago uma reflexão sobre o que aprendi nos últimos meses para contribuir para uma vida, um dia ou um mundo melhor.
Imagine se um ano atrás, em dezembro de 2019, alguém dissesse que passaríamos nove ou 10 meses enfiados em casa. Já parou para pensar nisso? Eu sei, nem todo mundo ficou em casa, mas algum impacto, alguma perda, alguma dor, alguma angústia todos sofreram. Qual foi a sua? Não foi pequena, tenho certeza.
Por isso, repito, imagine se um ano atrás, em dezembro de 2019, alguém dissesse que um vírus levaria terror ao planeta inteiro, matando 2 milhões, confinando bilhões, devastando a economia, abortando planos, entupindo hospitais, ceifando empregos, inviabilizando convívios, separando famílias.
O que você pensaria? Como teria encarado essa notícia, se soubesse que ela viria?
Eu teria entrado em pânico. Me conheço. Não veria a menor possibilidade de superar tudo isso. Tente fazer esse exercício. Pense no que você teria imaginado sobre o futuro da sua sanidade mental. Ou sobre o futuro do seu trabalho. Ou da sua vida social. Ou do seu casamento, das suas finanças, da sua relação familiar.
Agora, responda, sinceramente: o que de fato ocorreu, no fim das contas, não foi um pouquinho melhor – ou, no mínimo, menos pior – do que os horrores que você teria imaginado? No meu caso, não tenho dúvida, a realidade foi bem melhor. Consegui me virar, dei um jeito, fiz o que pude. E você também, vamos ser francos: você venceu.
Eis aí meu grande aprendizado em 2020: eu aprendi a me reinventar. Mais do que isso, aprendi que sei, que posso, que consigo me reinventar. Todos nós experimentamos, neste ano maldito, uma capacidade de adaptação que mal sabíamos que existia. A gente se reinventou na forma de amar, de se relacionar, de trabalhar, de se divertir, de ganhar dinheiro, de viver. Não foi a melhor coisa do mundo, é verdade, mas foi o que deu para fazer. E até que fizemos bem direitinho.
Temos que celebrar, sim. Há motivos para festejar – sem aglomeração, claro. Porque, daqui para a frente, quando uma notícia ruim aparecer, vamos lembrar que raríssimas coisas poderiam ser mais avassaladoras do que uma pandemia. E, mesmo assim, a gente deu um jeito. Quer dizer: 2020 nos mostrou que nem um 2020 nos derruba.