Não interessa muito a fé, a religião, se é ateu, se é cristão, sé é judeu: o fato é que o Natal celebra o nascimento de Jesus. E Jesus foi o primeiro líder, não só religioso, mas também social, a dizer que somos todos irmãos.
– Amarás o próximo como a ti mesmo – lembra?
Isso mudou a maneira de pensar da sociedade ocidental. Mudou toda a compreensão sobre o que é ser uma boa pessoa. Quando festejamos o nascimento de Jesus, portanto, estamos festejando esse espírito: de que somos todos irmãos – e de que todos temos, de alguma forma, responsabilidade sobre o outro.
É por isso que o Natal desperta tantas iniciativas solidárias. É um momento propício para fazer o bem. Aliás, quatro séculos depois de Cristo, o filósofo Agostinho de Hipona, o Santo Agostinho, cunhou uma bela frase sobre esse legado humanitário de Jesus:
– Se o homem soubesse as vantagens de fazer o bem, faria o bem por egoísmo.
Não é ótimo isso? Significa que, ao fazer o bem, não se está beneficiando apenas quem recebe a doação. A pessoa que faz a doação também se beneficia. Por quê? Porque ela confere à própria existência um sentido mais nobre. Ela se sente útil, ela se realiza ao perceber que apaziguou a dor do outro.
Por isso, faça o bem neste Natal. Não é preciso doar grandes valores – foi um ano difícil, nem todo mundo tem dinheiro agora. Doe o que for possível: um sorriso, um telefonema, um elogio. Talvez nada disso mude a vida, mas pode mudar o dia de alguém. E a vida é feita de dias. Um dia mais feliz é uma vida melhorando.
Quando você melhora a vida de outra pessoa, está melhorando a sua. Essa é uma das vantagens de fazer o bem, como ensinou Santo Agostinho. Faça o bem. Por altruísmo e por egoísmo.