Sim, elas voltaram. Mas não naquela abundância do ano passado, quando centenas se amontoavam pelas calçadas de Porto Alegre. Agora são só 30 patinetes, disponíveis para aluguel entre a Usina do Gasômetro e o BarraShoppingSul.
Depois de passar o verão operando em Capão da Canoa, a empresa Adventure – fundada em 2017 na capital gaúcha – retorna neste sábado (7) à Orla do Guaíba. É a única remanescente após a debandada da Grow, que há dois meses deixou Porto Alegre e outras 13 cidades brasileiras. O modelo mais enxuto, com custo de operação menor, é justamente o que mantém a viabilidade do negócio.
– Nosso foco, por enquanto, ainda é o entretenimento e o apelo turístico da Orla – diz Jeferson Rebelo, 34 anos, sócio da Adventure.
Bem diferente do que buscava a Grow. Ao inundar a cidade de patinetes, a empresa tentou exercer uma função na mobilidade urbana – a ideia era entrar na chamada "última milha", como dizem os americanos. Ou seja: o usuário, depois de pegar um ônibus, usa a patinete para percorrer o trajeto entre a parada e o destino final.
O problema é que, por aqui, a infraestrutura para isso é péssima. São calçadas estreitas, pouca ciclovia e buraco por todo lado. Sem falar que o preço do aluguel é caro: R$ 3 para desbloquear a patinete e R$ 0,50 por minuto.
Em países de primeiro mundo, onde a renda per capita é o triplo – e onde as calçadas são perfeitas –, talvez até valha a pena. Mas, em cidades como Porto Alegre, as patinetes viraram um brinquedo de fim de semana.
A Adventure entendeu isso e, desde o início da operação, preferiu se estabelecer só na Orla.
– Nós queremos atuar em outras áreas, mas é importante entender a demanda – ensina Jeferson.
Com Rossana Ruschel