Dilma ainda era presidente, faltava um ano para o Rio receber a Olimpíada, não havia Uber em Porto Alegre e Fidel Castro estava vivo. Tudo isso era realidade na última vez em que um relógio de rua funcionou na capital gaúcha, em julho de 2015.
Após uma sucessão de atrasos, falhas em editais e entraves burocráticos, a licitação deve ser finalmente lançada na semana que vem. É o que prevê Thiago Ribeiro, que assumiu como secretário de Parcerias Estratégicas do governo Marchezan há quase um mês.
– O edital está pronto. Está na comissão de licitação e deve ser publicado nos próximos dias – projeta ele, lembrando que as empresas terão seis semanas para apresentar suas propostas.
Serão 168 relógios – para se ter uma ideia, eram 50 até 2015. Se os antigos só exibiam hora e temperatura, os novos também terão, no mínimo, câmera de vigilância e rede wi-fi. É o que vai exigir o edital, mas as empresas poderão incluir outras funcionalidades em suas ofertas. O valor mínimo de outorga ficará em R$ 7 milhões.
Segundo o secretário Thiago, se não houver grandes contratempos – e, cá entre nós, houve uma série deles nos últimos anos –, os primeiros aparelhos deverão operar ainda neste ano. Para todos os relógios estarem instalados, o prazo será de 24 meses:
– Nenhuma região será esquecida, mas, para receber um relógio, a área precisa ter algum fluxo de pessoas. É essa variável que vai garantir retorno às ações publicitárias da empresa.
O projeto parece bom porque, além de devolver a tradição de consultar hora e temperatura nas esquinas, deve levar maior segurança (com as câmeras) e modernidade (com o wi-fi) às regiões mais movimentadas da cidade. Mas já foram tantas previsões descumpridas, desde 2015, que ainda prefiro não me empolgar tanto.