É verdade que as evidências de uma cidade abandonada saltam aos olhos com a grama alta, os buracos de rua e os vazamentos de esgoto, mas o governo Marchezan promove um silencioso avanço em uma área nem tão visível.
Eram 5.830 pessoas aguardando por uma consulta com dermatologista em janeiro. Hoje, o número é zero. No ano que vem, os métodos que deram certo em 2017 serão ampliados para outras seis especialidades – a ortopedia é a mais crítica, com 26 mil pessoas aguardando consulta. O objetivo é reduzir sensivelmente a fila em todas elas.
Como? Com a telemedicina. Nos postos de saúde, os clínicos-gerais atravessaram o ano fotografando lesões de pacientes com problemas dermatológicos. Com um aplicativo de celular, eles enviavam as imagens, junto com uma descrição, para os dermatologistas do TelessaúdeRS – um projeto de pesquisa da UFRGS que conta com médicos especializados.
Os profissionais, então, analisavam as fotos e já emitiam um laudo com orientações sobre o tratamento. Apenas em casos mais graves, como suspeita de câncer de pele, os pacientes eram encaminhados para a consulta presencial com o especialista.
– A telemedicina resolve um dilema histórico do sistema de saúde, que é promover acesso com alta qualidade e baixo custo – diz o secretário municipal de Saúde, Erno Harzheim, médico que coordenou o projeto da UFRGS por 10 anos e, por isso, foi convidado por Marchezan para assumir a pasta.
Reduzir as filas do SUS era uma promessa de campanha de Marchezan. Ainda há muito o que avançar na espera por exames e cirurgias. Mas eu aqui, que não poupo críticas quando o prefeito merece, hoje tenho de aplaudi-lo.