Depois de tantos casos de agressões a professores no Rio Grande do Sul nos últimos dias, espero que algum governante ou parlamentar proponha urgentemente um projeto chamado Escola com Respeito, com o propósito de resgatar a autoestima e a autoridade dos mestres desacatados por alunos e familiares. Nem é preciso elaborar um regramento complexo. Basta, simplesmente, devolver aos docentes direitos básicos para o exercício de suas atividades, tais como:
- Vencimentos justos e em dia.
- Autonomia para aprovar ou reprovar, sem vínculos com índices exigidos por organismos financiadores.
- Apoio permanente para a solução de conflitos disciplinares.
- Segurança para o livre exercício da atividade profissional.
- Presença e participação responsável de pais e familiares.
- Oportunidades reais para o aperfeiçoamento da própria formação.
Claro, o ideal seria que os alunos já chegassem à escola com educação familiar suficiente para saber que os professores devem ser respeitados, mas, enquanto isso não ocorre, o atendimento desses seis itens já poderia provocar uma grande transformação no ensino. Porém, ao mesmo tempo, é impositivo pensar no envolvimento maior dos pais. Mesmo sem muitos recursos, a nossa pátria-mãe Portugal vem avançando significativamente nas avaliações internacionais de ensino a partir de duas conquistas: maior escolarização das mães e cuidados com a primeira infância.
A escola só cumpre o seu papel essencial quando as pessoas compreendem que o respeito e a compreensão dos valores da educação começam em casa.