Não é a primeira vez que você lê este colunista apontando o Inter como favorito ao título no campeonato estadual. Ainda no ano passado e no retrasado, listei argumentos para o triunfo em vermelho e branco. Ao fim e ao cabo, Grêmio campeão e o Inter fora da final. Então, não se trata de apostar até acertar. Novamente, argumentarei, supostamente com solidez, sobre as razões deste favoritismo e estarei de novo sujeito a errar.
Os movimentos do Inter no mercado foram fortes e certeiros. A direção está dotando Coudet de fartas opções do meio para a frente. O time semifinalista da Libertadores tem a base mantida. Sobre ela, está sendo acrescentada uma insuspeitada qualidade geral de elenco. O treinador parece ter conseguido injetar seu DNA na equipe. O enriquecimento técnico lhe dá alternativas. Valencia teve pré-temporada. A ação colorada no mercado ainda não se encerrou.
Não fosse o ridículo papel cumprido por alguns jogadores no pós-jogo da eliminação para o Caxias, o que rendeu o Beira-Rio fechado neste domingo (21), poderia haver mais de 30 mil colorados. A torcida se sente reanimada e, com certeza, gostaria de ver de perto o começo promissor do seu time.
Coudet não levará como parâmetro uma eventual goleada sobre o Avenida. Tampouco verá plantação queimada se o time se atrapalhar, o que é improvável. Diria o saudosíssimo Wianey Carlet, que o Gauchão engana bobo. De fato, engana quem quer se enganar. Serve muito mais de amostragem do que está errado e, mais ainda, de campo de provas para futuras afirmações. Porém, para o Inter tem uma relevância acima de todas as outras: ser campeão.
Expectativa colorada
Foi em 2016 o último título Colorado, justo um Gauchão e no ano de sua inédita queda à Série B. De lá para cá, nunca mais a ameaça de um novo rebaixamento, mas nunca mais também uma faixa no peito. Houve, isso sim, alguns requintes de crueldade em vice-campeonatos e a eliminação em seis minutos dentro de casa em uma semi de Libertadores.
O movimento firme do presidente reeleito Alessandro Barcellos sinaliza que passou da hora de levantar uma taça. O contexto colorado amadureceu a ideia óbvia de que é muito tempo sem festa para um gigante.
Então, o que cabe a Coudet e seus comandados agora é cumprir uma expectativa legitimamente alta de sua torcida. A prioridade oficial é o Brasileirão, que o Inter não ganha desde 1979. Antes, no entanto, o Gauchão se apresenta como o menos difícil dos torneios em disputa. É uma competição turbinada pela volta do Juventude à Série A e pelo acesso do atual vice-campeão Caxias à Série C.
Não faltam atrativos no Gauchão de raiz 2024. A RBS reconhece o tamanho deste Gauchão e montou uma estrutura multimídia de cobertura que vai encantar você em todos os seus modos de consumo. Leitor, ouvinte, internauta ou telespectador, prepare-se para ser atraído por todos os lados. Você e o Gauchão merecem. Aliás, deixe que eu me inclua aí. Nós merecemos.