Presidente nacional do PSDB, o governador gaúcho, Eduardo Leite, fez um desagravo ao deputado e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves nesta quinta-feira (24). Diante de correligionários, disse que ele foi alvo de um "calvário extenso" de "denúncias infundadas".
Aécio foi um dos tucanos mais aplaudidos em um evento realizado em Brasília para discutir o futuro do partido.
Alvo de denúncias no âmbito da Lava-Jato e outras investigações, Aécio enfrentou um pedido de expulsão do PSDB, conduzido nos bastidores pelo então governador de São Paulo, João Doria. O caso rachou a sigla e tem reflexos até hoje.
Nas prévias para definir quem seria o candidato tucano à Presidência da República, Aécio apoiou Leite. Doria venceu a disputa, mas não conseguiu viabilizar a candidatura, perdeu força interna e depois deixou o partido.
Leite fez elogios a Aécio na abertura do evento denominado "Diálogos tucanos". E exaltou ter orgulho em não ter julgado Aécio de forma precipitada.
— Este é o fim de um calvário extenso, em um processo que se instaurou de denúncias infundadas, e que agora foi cabalmente julgado pela Justiça improcedente. O PSDB fica feliz que tu possas seguir na tua trajetória na vida pública com a Justiça ao teu lado. E o PSDB pode olhar para trás e ver que não se apressou e não foi injusto em relação a um dos seus filiados — pontuou o gaúcho.
Apoiado por gritos e aplausos da plateia, Leite chamou Aécio ao palco. Em um rápido discurso, o mineiro admitiu que ainda aguardava um desagravo do partido e atribuiu as denúncias que sofreu a tentativas de tirá-lo do cenário eleitoral.
Com exceção da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, o evento reúne as principais lideranças do partido.
Com menos de um ano na presidência nacional da sigla, Leite tenta se projetar nacionalmente, reduzir divergências internas que se agravaram nas eleições de 2022, além de retomar o espaço perdido pelo PSDB nos últimos anos para outros partidos.