Se a inflação passada desacelerou, a futura segue com o pé no pedal que libera combustível. Com o dólar no patamar de R$ 6 há quase 15 dias, repasses de aumento de custo começam a ser ensaiados. Para completar, há inquietação com a efetividade do pacote de corte de gastos, ainda que seja aprovado na sua integralidade.
Esse quadro provoca estimativas espantosas sobre o futuro do juro básico, não só o que será definido nesta quarta-feira (11), mas até onde precisa subir para conter a inflação e desacelerar também a atividade econômica.
Embora o "consenso de mercado" (maioria dos economistas consultados para o Relatório Focus) tenha convergido para alta de 0,75 ponto percentual há apostas pesadas em possível elevação de 1 p.p. de uma vez.
Mas não só uma vez: para a XP Investimentos, por exemplo, haverá mais um aumento dessa dimensão em janeiro, seguido de dois de 0,5 ponto percentual em março e maio.
O atual ciclo de alta, portanto, terminaria com a Selic em 14,25% ao ano – acima dos 13,75% que foram "herdados" por Luiz Inácio Lula da Silva no início de seu mandato e renderam tantas críticas ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.