Com uma dose menor de "calmante" — o Banco Central (BC) fez apenas um leilão de swap cambial, o dólar teve nova forte alta nesta segunda-feira (23), um dia de poucos negócios em véspera de feriado. A cotação subiu mais 1,87%, para R$ 6,186.
Sob incerteza doméstica, também foi um dia de pressão internacional, em que várias moedas perderam ante a americana ainda por força da expectativa de menos cortes de juro por lá. A máxima do dia chegou a R$ 6,20.
O mercado ainda digere a composição do pacote aprovado no Senado, que tem desidratação calculada em R$ 1,9 bilhões pelo Ministério da Fazenda, e estimada entre R$ 8 bilhões e R$ 20 bilhões por economistas.
Parte do mau humor também é auto-alimentado – do mercado para o mercado – com projeções que aumentaram o tamanho do juro para o final de 2025 no Relatório Focus do BC.
E até o feriado fez pressão no mercado. Com dois dias sem negociações, investidores e especuladores se acautelam a respeito de eventuais surpresas até o próximo dia útil, 26 de dezembro.
Em tempo: leilão de swap cambial é um tipo de contrato que o BC oferece para pagar a variação do dólar e troca ("swap" em inglês) pela variação do câmbio em determinado período pela de outro indicador, como a Selic ou IPCA.