Outra vez acima do esperado, o IPCA-15 de novembro subiu 0,62%, para uma média de projeções de 0,5%. Foi mais alta, inclusive, do que a de outubro, que havia sido a maior para o mês desde 2021. Com esse resultado, a inflação acumulada em 12 meses subiu de 4,47% em outubro para 4,77% em novembro.
Para o economista André Perfeito, os resultados são "preocupantes" e reiteram a perspectiva de altas contínuas no juro básico nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC):
— Mantemos o cenário de a taxa básica chegar a 13% já no início de 2025 para depois desacelerar, ao longo do ano, para o patamar de 12%.
A alta de preços ainda reforça o risco de o Copom decidir uma elevação na Selic de 0,75 ponto percentual de uma só vez na reunião do dia 11 de dezembro. "Reforça as expectativas de que o Copom precisará aumentar o ritmo de aumento na taxa Selic para 0,75 na reunião de dezembro", escreveu Monica Araújo, estrategista de renda variável da InvestSmart XP.
Até agora, esse cenário não é chancelado pela maioria dos economistas consultados pelo BC para elaboração do Relatório Focus, conhecida como "consenso do mercado". Mas a inflação crescente pode mudar essa avaliação.
O índice foi puxado pelo grupo alimentação, com aumento de 7,54% em carnes. Mas o item específico que mais subiu foi o de passagens aéreas (22,56%), que representou quase um quarto da alta do mês.