Faltou apenas R$ 0,011. Depois de ser cotado acima de R$ 6 várias vezes ao longo do dia, nesta quinta-feira (28) o dólar voltou a superar seu recorde nominal, alcançado na quarta-feira (27). Com alta de 1,3%, fechou em R$ 5,989 em reação à confusão gerada pelo anúncio da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil com medidas de corte de gastos.
Nem o pacote em si foi bem recebido. O detalhamento dos cortes de R$ 70 bilhões em dois anos, realizado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na manhã desta quinta-feira, decepcionou. O resumo da avaliação do mercado é de que as medidas são insuficientes.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, afirma que a antecipação da segunda fase da reforma tributária, sobre a renda, "piorou o que já estava ruim". A projeção da Austin de déficit primário (sem contar a despesa com a dívida) para 2025 é de R$ 55 bilhões. Com a projeção de cortes de R$ 30,6 bilhões, para alcançar o déficit zero será preciso bloquear mais R$ 25 bilhões do orçamento.
A soma da frustração com o corte de gastos e o temor por redução de receita com a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil levou o dólar próximo a R$ 6.
Variação do dólar nesta quinta-feira
Veja gráfico da evolução da moeda, disponibilizado pela TradingView:
*Colaborou João Pedro Cecchini