O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço
Cálculos divulgados pelo vice-presidente e coordenador da divisão da Economia da Federasul, Fernando Marchet, apontam para um custo, fixado entre R$ 110 bilhões e R$ 176 bilhões em investimentos para reconstruir a infraestrutura danificada pela chuva e pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O modelo matemático apresentado pela entidade considera uma base de informações históricas dos Governos Estadual e Federal e estimativas de mercado com base em infraestrutura, além de dados do Fundo Monetário Internacional para estimar os valores necessários a dar conta do processo de recuperação da economia gaúcha.
Marchet também apresentou o impacto das enchentes em todas as áreas da economia – como pecuária e agricultura – mas alerta que os prejuízos totais ainda não foram totalmente contabilizados e antecipa que "a falta de dados não permite uma análise mais consistente em alguns setores".
Segundo o relatório, elaborado por sua equipe da Consultoria Empresarial Bateleur, aponta que, nos últimos 30 anos, cerca 20% dos prejuízos nacionais com desastres climáticos estão concentrados no RS.
Isso representaria cerca de R$ 100 bilhões. Ou seja, segundo a estimativa da Federasul, o custo de reconstrução do RS após as chuvas deste ano ultrapassa o total gasto nas últimas três décadas. A catástrofe climática, explica Marchet, vai frear drasticamente o avanço da economia gaúcha.
–O RS crescia acima da média do Brasil, com uma projeção de 4% neste ano. No entanto, após as chuvas, a estimativa caiu para -0,77%. Pode parecer pouco, mas é uma queda de cinco pontos percentuais de acordo com a nossa estimativa. Em um cenário pessimista, pode chegar a -2% – avalia.