A temida tréplica no conflito entre Irã e Israel ocorreu e chegou a fazer a cotação do petróleo subir 4%, mas as informações ainda preliminares de que também teria sido "contido" - como ocorreu com a réplica de Israel ao Irã - contiveram o impacto até agora.
No Irã, a versão é de que os ataques provocaram poucos estragos. Conforme a Blooomberg, um militar iraniano sinalizou que o país não se sente obrigado a retaliar o ataque israelense. Caso isso se confirme, será um alívio global.
Na metade da manhã no Brasil, o preço do barril do tipo brent recua 0,9%, para "módicos" US$ 86,28. O dólar, por sua vez, abriu em leve alta, de 0,09%, para R$ 5,255.
Como o Irã é um país muito fechado, a manutenção desse cenário até agora benigno vai depender da avaliação do governo do país. Mas aparentemente os esforços diplomáticos foram bem sucedidos. Vários representantes de governos europeus - Reino Unido, Alemanha e França - foram pessoalmente a Israel tentar conter a resposta.
Esse precário equilíbrio entre ataques e retaliações "limitados" é frágil e pode se romper. Mas até agora, os sinais são promissores. Esta nota será atualizada ao longo do dia, conforme as informações sobre o clima na região e as cotações evoluírem.
Atualização 1: assim como o petróleo, depois de abrir em alta o dólar também passou a recuar. Neste final de manhã, varia -0,27% e é cotado a R$ 5,236. O barril do brent, por sua vez, só mantém uma baixa simbólica, de 0,04%.
Atualização 2: no início da tarde, a queda do dólar se ampliou para 0,76%, com a moeda cotada em R$ 5,211, mas foi a vez de o petróleo inverter o sinal. O preço do barril do tipo brent passou a subir muito levemente, 0,184%, para US$ 87,27.
Uma escalada arriscada
- No dia 7 de outubro, um ataque terrorista do Hamas a Israel deixou centenas de mortos e mais de uma centena de reféns (o número exato não é conhecido até hoje).
- A reação de Israel foi extrema, invadindo e bombardeando Gaza, território governado pelo Hamas. A ação para impedir a entrada de ajuda humanitária e à população civil do território começava a provocar uma inflexão na posição dos países aliados a Israel.
- Um grupo de rebeldes do Iêmen, o Houthi, passou a atacar navios no Mar Vermelho. Os primeiros alvos tinham relação direta com Israel, depois passaram a mirar também qualquer bandeira considerada aliada. Até uma carga brasileira foi atacada. O Irã financia o Houthi, assim como Hamas e Hezbollah, outro grupo rebelde do Líbano.
- Um ataque de Israel à embaixada do Irã em Damasco, capital da Síria, no início do mês, deixou oito mortos, entre os quais integrantes da Guarda Revolucionária do Irã.
- O Irã avisou que iria retaliar, o que fez na noite de sábado no Brasil. Disparou mísseis e enviou drones, a grande maioria interceptada pelo Domo de Ferro, escudo de proteção de Israel. Há especulações de que um ataque tão simbólico, mas também tão contido, possa ter sido planejado em conexões secretas entre os EUA e o Irã.
- Agora, Israel re-re-retaliou, com um ataque a alvos militares considerado "limitado". Caso tudo fique por aqui, terá sido o melhor resultado esperável diante das circunstâncias.