O martelo foi batido - cinco vezes -, e agora caberá ao consórcio Pulsa RS apagar décadas de frustração e de deterioração do Cais Mauá, em Porto Alegre. O fato de ter recebido proposta única e envolver recursos públicos exige que sejamos todos "implacáveis" na fiscalização das entregas, como disse o secretário estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi:
— Seremos implacáveis na fiscalização para exigir toda a excelência que esse projeto requer.
Capeluppi também lembrou a "máxima do Homem Aranha" (na verdade, do tio de Peter Parker, Ben), na frase "com grandes feitos vêm grandes responsabilidades". Virão, mesmo. Os gaúchos estão cansados de falsas promessas, frustrações e não têm mais tolerância com atrasos.
É importante notar que, para viabilizar ao menos uma proposta, a revitalização do Cais Mauá custou R$ 144,8 milhões aos gaúchos. Como assim? É o valor estimado pelo BNDES das áreas de docas, cuja propriedade passa para o grupo que assumiu a obra para desenvolver projetos imobiliários.
O governador Eduardo Leite afirmou que o fato de ter havido apenas um interessado nessa modelagem pode significar que outros estivessem apostando em nova oferta "vazia", ou seja, sem propostas, para ter uma modelagem ainda mais favorável ao parceiro privado. E a frase de Capeluppi foi tão impactante que Leite assoprou:
— Estaremos não só do lado da cobrança, mas também como parceiros.
E o governador acrescentou:
— Estamos muito seguros de que, desta vez, não haverá a frustração que ocorreu nas outras vezes. Será um grande símbolo de um Estado que passou por dificuldades, teve um grande passado, mas tem um futuro graças à sua capacidade empreendedora, seus talentos e o peso da nova economia.
Sergio Stein, representando o consórcio vencedor, afirmou que o projeto é "não convencional" e que precisará de tempo para ser tocado. Quando a coluna publicou nota expressando o temor de que o concessionário pudesse ser... assim, uma Equatorial, recebeu um comentário que provocou calafrios: e se for assim... uma Cais Mauá do Brasil? Todos lembramos da inação de anos atrás, quando o espaço foi concedido sem que qualquer atividade fosse realizada. Agora, como disse Capeluppi, precisamos todos ser implacáveis.