O Consórcio Pulsa RS, formado pelas empresas Spar Participações e Desenvolvimento Imobiliário e Credlar Empreendimentos Imobiliários arrematou a concessão do Cais Mauá em leilão na B3, a bolsa de valores brasileira. O grupo será o responsável pela administração do trecho da Usina do Gasômetro até a Estação Rodoviária de Porto Alegre pelo período de 30 anos, com investimento previsto de R$ 353,3 milhões.
A Spar é uma empresa do ramo imobiliário com atuação no Rio Grande do Sul. Em seu site, a companhia informa modelo de trabalho baseado na “estruturação de projetos de desenvolvimento imobiliário”. Destaca atuação em assessorias técnicas e de construção.
A Spar é a primeira empresa a integrar o consórcio e é responsável pelo pontapé jurídico no processo de concessão. A ideia é ampliar a mobilização em torno do empreendimento, com investidores de diversas regiões do país, após a fase de assinatura de contrato.
A Spar é liderada por Sérgio Stein, arquiteto e urbanista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em comunicado encaminhado à imprensa, Stein reforçou a ideia de reunir empresas e lideranças no projeto:
"O PULSA RS vai concentrar um grupo de empresas que estão diretamente vinculadas ao desenvolvimento da nossa região. São lideranças que conhecem profundamente a cultura local. São pessoas comprometidas, acima de tudo, com o amor pelo Rio Grande do Sul e com o propósito de fazer Porto Alegre avançar economicamente, gerando oportunidade para as nossas pessoas. É uma iniciativa plural que conta com o apoio de todos os interessados neste sonho".
Já a Credlar é uma incorporadora com sede no Estado de São Paulo e atua na área de construção civil. A companhia cita atuação em empreendimentos funcionais e com localizações estratégicas, próximas às infraestruturas essenciais, como transporte público, hospitais e centros comerciais.
O consórcio terá de reestruturar armazéns tombados e o pórtico central e revitalizar as docas nos cinco primeiros anos. O espaço conta com 12 armazéns e três docas, que poderão ser utilizadas para empreendimentos residenciais ou corporativos. Pessoas poderão circular pelo espaço e será proibida a cobrança de ingresso para acesso ao cais a pé.
A área tem extensão de três quilômetros e 181,2 mil metros quadrados. O trecho fica entre a Usina do Gasômetro e a Estação Rodoviária de Porto Alegre. Além da reforma dos armazéns, o projeto prevê a substituição de parte do Muro da Mauá por outro tipo de contenção de cheias, que terá de ser aprovada pelos órgãos competentes.
O critério de julgamento foi o de menor valor de contraprestação pública. No caso desse leilão, a contraprestação pública ocorre no âmbito da transferência do imóvel das docas, que poderá ser utilizado para incorporação imobiliária. Essa estrutura está avaliada em cerca de R$ 145 milhões, que seria o teto para esse desembolso do governo. Na prática vence quem exige menos contrapartida do Estado e valoriza mais o patrimônio público. O consórcio vencedor apresentou R$ 144.883.080 em valor de contraprestação pública. Esse era o teto estipulado no edital.