O cancelamento dos desfiles de 7 de Setembro no Estado era uma medida necessária - foi um dia dominado por chuva durante quase 34 horas -, mas nem por isso deixou de carregar certo risco político para quem a tomou - no caso, o governador Eduardo Leite.
Diante do clima e da comoção com a tragédia do Vale do Taquari, foi ainda mais acertada. Os gaúchos puderam se dedicar à mais patriótica das atividades - ajudar os afetados por um dos eventos climáticos mais danosos da história do Estado.
Afinal, é disso que se trata: o sentimento de que somos diferentes, mas temos muito em comum. Os brasileiros têm uma língua cheia de sotaques, uma cultura diversa, pessoas de todas as origens e uma vocação para a solidariedade que só desenvolve quem enfrenta dificuldades com certa frequência.
Surgiram até os "anjos do bem", que em vez de dar dinheiro ou donativos, contribuem para limpar casas de famílias que não conseguem arcar sozinhas com esse trabalho. Se a tragédia foi enorme, a demonstração de solidariedade dos gaúchos em particular e dos brasileiros em geral foi exemplar.
Há consciência de que, embora tanto o governo federal quanto o estadual tenham anunciado socorro, não será o suficiente. Há muito trabalho pela frente, não podemos nos desmobilizar. Sem contar que será necessário manter o alerta para o restante do mês - e também para o resto de nossas vidas, como tem alertado a Organização das Nações Unidas (ONU). Sim, desastres "naturais" sempre ocorreram. A consequência mais visível agora das mudanças climáticas é simples: vão se tornar mais frequentes e mais intensos.
Sim, a coluna já pediu, mas nunca é demais reforçar: por favor, se puder, ajude as vítimas da enxurrada no Rio Grande do Sul. Clique aqui para saber como. E cuidado com as fake news que circulam sobre donativos. Escolha com cuidado como vai direcionar sua contribuição para que de fato chegue a quem precisa.