O transporte de leite em pó das unidades de produção gaúchas para o Nordeste por navegação de cabotagem - em navios, ao longo da costa brasileira - cresceu 339% entre janeiro e agosto de 2023.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, essa modalidade de transporte mais do que quadruplicou entre o Tecon Rio Grande - o terminal de contêineres do porto gaúcho - para os portos de Salvador, na Bahia, e Suape, em Pernambuco.
Conforme a Wilson Sons, controladora do Tecon, o principal motivo para o aumento dos embarques de leite em pó para o Nordeste foi a redução de custos da cabotagem. Destaca, ainda, o caráter mais sustentável dessa modalidade: a CCGL, uma das produtoras, optou por transportar o leite em pó por navio por que esse tipo de transporte emite menos dióxido de carbono (CO2) em relação ao rodoviário.
Outros fatores apontados pela CCGL como determinantes para a escolha do serviço foram segurança, menor risco de avarias e possibilidade de melhor planejamento das demandas. Em números, foram 527 contêineres de leite em pó despachados de Rio Grande para o Nordeste, 407 a mais do que no ano anterior.
O Tecon Rio Grande tem cerca de 3 mil clientes, entre importadores e exportadores, e recebe as principais linhas que escalam o Brasil, oferecendo conexões semanais a partir de 13 clientes armadores.
— O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores de leite do Brasil e tem uma enorme capacidade de expansão de negócios. No momento em que os produtores gaúchos abrem novas frentes no Nordeste, como neste caso, o Tecon Rio Grande está preparado para realizar esta operação logística com eficiência, segurança e de modo sustentável — ressalta o diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti.
Conforme a Wilson Sons, a sustentabilidade é um de seus pilares estratégicos. Em maio passado, foi assinado um contrato para que o Tecon Rio Grande tenha 100% de sua energia fornecida por fontes renováveis, com o objetivo de reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera. Para isso, obteve a certificação IREC (International Renewable Energy Certificates) para o triênio 2024/25/26, que pode ser utilizada para o reporte das emissões indiretas pelo consumo de energia no Programa GHG Protocol, metodologia internacional mais utilizada para quantificar as emissões de gases de efeito estufa.
* Colaborou Mathias Boni