O desespero dos empresários do segmento de plásticos levou representantes de 14 Estados a uma reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin - que vem ao Estado na sexta-feira (4). A audiência foi marcada pelo secretário do Desenvolvimento do Estado, Ernani Polo.
O problema é o mesmo que assombra o segmento desde o ano passado: a importação crescente de resinas pela Zona Franca da Manaus, que prejudica tanto os fabricantes nacionais, como a Braskem, dona de quase todo o polo petroquímico de Triunfo, quanto empresas menores, que fabricam embalagens, utensílios de cozinha e até peças para carros.
Conforme Gerson Haas, presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Estado (Sinplast), Alckmin chamou três secretários - já informados sobre o assunto - para a reunião, ouviu com atenção, tomou notas e disse que estudaria a adoção de alguma medida compensatória. O problema, segundo o empresário, é que empresas baseadas na Zona Franca vendem sem Imposto de Importação e sem Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
— Não saímos de lá com uma decisão, mas o vice-presidente prometeu estudar o assunto. Só queremos um pouco mais de equilíbrio, porque desse jeito está desequilibrado demais. A indústria petroquímica e a de transformação não vão resistir se nada for feito. O crescimento da importação de resinas no Amazonas foi de 300%.
O que o setor ambiciona é uma redução na alíquota de IPI, para reduzir a desigualdade de condições de concorrência. Polo afirma que o Estado está envolvido na busca de solução porque a "distorção da Zona Franca se agravou" e faz com que a Braskem opere, no Estado, com 50% da capacidade.
— É preciso minimizar os efeitos com algumas medidas, senão vai haver impacto gigantesco. No Estado, o setor de plásticos tem 2,4 mil empresas e 25 mil empregos diretos, sem contar a petroquímica — afirmou.
O setor também cobra medidas do governo do Estado, como um crédito presumido de ICMS, que só o Rio Grande do Sul e São Paulo não teriam no Brasil, segundo Haas. Polo disse que o Piratini vai avaliar a ideia.
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