Como todo projeto inovador, a parceria da Marcopolo com a Lume não deu certo na primeira tentativa.
A startup procurou a fabricante de ônibus para encontrar a solução para um condomínio futurista em São Paulo. A ideia era criar um transporte para os moradores, mas acabou não se concretizando.
Houve um segundo ensaio, que também ficou no caminho. Mas a empresa gaúcha percebeu que a startup tinha uma chave para o futuro.
Segundo Eduardo Kakiuchi, analista de inovação sênior da Marcopolo, a colaboração entre as duas empresas e outros parceiros, como a ArcelorMittal, gerou um projeto disruptivo utilizando entre 80% e 90% de tecnologia nacional.
A Lume Robotics nasceu em 2019, incubada na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e hoje tem sede em prédio em frente, além de instalações de testes dentro do campus. Já teve uma rodada de captação de recursos e, segundo seu CEO, Ranik Guidolini, prepara uma segunda, mais robusta, para breve.
Alexandre Cruz, líder de investimentos, inovação e novos negócios da Marcopolo Next, detalhou que já existem potenciais clientes para o ônibus urbano — que não revela por motivos estratégicos. O segmento considerado mais promissor é o de transporte de trabalhadores, que segue sempre o mesmo percurso.
— O próximo passo é continuar a fazer protótipos e testes que nos deem informação adicional. O início da produção vai depender de ter demanda efetiva com escala — diz o executivo, que está há apenas três anos na Next e é egresso do mercado financeiro.