O protótipo de ônibus autônomo que foi apresentado nesta quarta-feira (14) pela Marcopolo, o primeiro na América Latina, é um Volare V-8, o que significa que pesa oito toneladas. O que transforma esse peso médio - para o universo dos ônibus- em autônomo, é uma espécie de “kit” desenvolvido pela Lume Robotics, de Vitória (ES).
O conjunto é formado por três unidades de Lidar (da sigla em inglês Light Detection and Ranging), que são sensores de medição a laser, duas câmeras, um GPS de alta precisão e uma unidade de medição inercial (uma espécie de sensor de movimentos). Esses equipamentos captam informações sobre o percurso que são usadas para conduzir o ônibus.
A unidade está no nível 4 de uma escala que vai até 5, mas não há desenvolvimento conhecido para esse último nível. Na 4, o veículo pode operar em ambientes mapeados sem necessidade de pilotos, nem presencial nem remoto.
A coluna quis saber se o ônibus autônomo poderia circular em estradas esburacadas e sem sinalização na faixa, e a resposta foi “sim”. Segundo Ranik Guidolini, CEO da Lume, esse foi o grande desafio do desenvolvimento.
A ArcelorMittal, que tem siderúrgica em Tubarão, no Espírito Santo, é parceira do projeto e possível primeira cliente. Como opera em ambiente fechado e autorregulável, não precisa de homologação.
O Brasil ainda não tem regras definidas para o trânsito de veículos autônomos. A Marcopolo e parceiros estão propondo esse debate. Lincoln Possada de Rezende, líder de relacionamento com o ecossistema da Arcelor, disse à coluna que o nível de exigência interna é tão alto quanto legislações nacionais.