Se os R$ 41,2 bilhões devidos pela Americanas a 7.967 credores já impressionavam, agora o tamanho da encrenca aumentou: as dívidas da gigante varejista subiram para R$ 47,9 bilhões - praticamente R$ 48 bilhões.
O valor foi atualizado em uma comunicação dos administradores conjuntos da recuperação judicial - Escritório de Advocacia Zveiter e Preserva Ação - à Justiça, com o acréscimo de que ainda há potenciais credores com os quais não foi possível a checagem da lista original.
Ao formalizar o acréscimo, afirmam que "o valor total identificado pela Administração Judicial nesta quadra processual difere do declarado pelas Recuperandas na manifestação contida no id: 43183495, que informa passivo submetido à recuperação judicial no montante de R$ 41.231.076.111,35 (quarenta e um bilhões duzentos e trinta e um milhões setenta e seis mil cento e onze reais e trinta e cinco centavos), o que representa uma diferença de R$ 6.673.846.492,23 (seis bilhões seiscentos e setenta e três milhões oitocentos e quarenta e seis mil quatrocentos e noventa e dois reais e vinte e três centavos)".
Os administradores ainda se referem ao "processo de cortes de pessoal, o que, inclusive, já vem sendo objeto de questionamento pela administração judicial" e informa que "a depender da situação de todos esses desligamentos e/ou ações existentes e de qual o tratamento será dado ao pagamento dos créditos trabalhistas por parte das recuperandas, haverá a possibilidade de uma alteração significativa na relação de credores, que conta com cerca de 320 credores trabalhistas inicialmente listados".
— É estarrecedor como a cada momento o rombo é aprofundado e os valores envolvidos aumentam. De R$ 20 bilhões, passou-se para R$ 41 bilhões quando do pedido de recuperação, e, agora, o administrador judicial destaca o valor de R$ 48 bilhões. Dificilmente se mostrará viável um desfecho exitoso para a recuperação judicial iniciada. A punição efetiva e exemplar dos responsáveis pelo dano a todos os lesados, é medida que se impõe, com a devida reparação integral a todos lesados. Do contrário, todo o sistema de governança, de controle e regulação do mercado de capitais ficará, como já está sendo, em xeque — afirma Gabriel de Britto Silva, especializado em direito do consumidor, e diretor jurídico do Instituto Brasileiro da Cidadania (Ibraci), que tem uma ação contra a Americanas em nome dos acionistas minoritários.