É só o segundo dia do novo governo, mas as "casas" do Game of Thrones da economia já estão identificadas. De um lado, com o escudo da responsabilidade fiscal, apresentaram-se Fernando Haddad e Simone Tebet, com direito a coreografia própria. De outro, com foco no gasto público como ferramenta, a "ala política" é representada por Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante.
Surpreendentemente para quem não conhece sua trajetória, o novo ministro da Casa Civil, Rui Costa, será um reforço para o time Haddad-Tebet, que por ora perde por um gol, o da prorrogação da isenção de tributos federais sobre combustíveis.
Quem se deu ao trabalho de ouvir o discurso de Haddad na cerimônia de sua chegada ao cargo percebeu o cuidado em dar os sinais certos para o momento de estresse em relação à dívida pública brasileira. Em seguida, Tebet fez comentários na mesma direção. Mesmo assim, as declarações e as medidas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, provocaram forte estresse no mercado financeiro no seu primeiro dia útil.
O reforço de Rui Costa é crucial porque, como a equipe de transição definiu, a Casa Civil vai coordenar todos os programas prioritários do novo governo, do Bolsa Família - que será executado pelo disputado Ministério do Desenvolvimento Social - ao Programa de Parcerias em Investimentos, o PPI. Ex-governador da Bahia, no antigo cargo era conhecido como "Rui Correria" - apelido quem mostra agilidade e fez questão de reforçar ao assumir o ministério.
Costa é mais um economista no governo, formado pela Universidade Federal da Bahia. Foi eleito governador em 2014 e reeleito em 2018. Já no ministério, Costa reforçou que vai seguir uma prática de seus governos. Disse que muitos investimentos não precisam do Estado como executor, mas como facilitador, e relatou como fazia concessões à iniciativa privada na Bahia: com todos os candidatos sentados à mesa para assegurar a simetria de informações, com sigilo apenas na parte final do processo.