Marta Sfredo

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A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Cooperação Internacional
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"Estamos preparados para renovar nossa participação no Fundo Amazônia", afirma secretário do governo alemão

Jochen Flasbarth esteve na COP27, onde se encontrou com integrantes da equipe de transição do novo governo brasileiro

Marta Sfredo

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Ministério para Cooperação e Desenvolvimento econômico da Alemanha / Divulgação
Jochen Flasbarth, secretário de Estado do Ministério para Cooperação e Desenvolvimento Econômico

Jochen Flasbarth é secretário do Ministério para Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha. Esteve na COP27, no Egito, onde se encontrou com integrantes da equipe de transição do novo governo brasileiro e debateu a retomada da cooperação na agenda ambiental entre os dois países. Alemanha e Noruega são as principais financiadoras do Fundo Amazônia, criado em 2008 para reunir investimentos para preservar a floresta. O fundo foi paralisado em 2019, após o governo Bolsonaro extinguir o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e o Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA). À coluna, Flasbarth confirmou a intenção do governo alemão de voltar a contribuir. Também destacou que a prioridade inicial do país será efetuar a implementação dos valores atualmente bloqueados, antes de fazer novos aportes. 

Como observou o processo eleitoral no Brasil?

O chanceler Olaf Scholz (chefe de governo da Alemanha) parabenizou Lula por telefone pela vitória como presidente no dia seguinte à eleição, e os dois líderes concordaram em aprofundar as relações entre os países. Estou ansioso para um diálogo sobre objetivos comuns para a cooperação por desenvolvimento sustentável e prioridades e  estratégias do próximo governo. Há muitos desafios à frente, e estamos preparados para engajar em contatos próximos para apoiar os ambiciosos novos objetivos do Brasil.  

Como espera que se desenvolva a cooperação entre Brasil e Alemanha daqui para a frente?

Temos muitos anos — décadas, na verdade — de sucesso na cooperação para o desenvolvimento sustentável, além de outras conquistas compartilhadas entre os dois países nas áreas de proteção florestas, energias renováveis e desenvolvimento urbano sustentável. Serão necessários grandes esforços serão necessários para interromper o desmatamento e fazer uma transformação econômica verdadeiramente sustentável, por exemplo. Estou muito animado para a continuação e intensificação da nossa cooperação, e estamos prontos para ajudar o Brasil a conquistar suas novas metas. 

Espera que o Brasil volte a ter papel maior na luta global contra a crise climática?

Lula, entre outras coisas, já anunciou que intensificará a luta contra a crise climática, com o objetivo de chegar ao desmatamento zero na Amazônia, reforçando o controle e o monitoramento da floresta. Esses são sinais muito positivos, estou otimista que o Brasil irá desempenhar papel significativo na agenda internacional do clima, e que o novo governo irá introduzir novas políticas efetivas para interromper esse crescimento recente do desmatamento para fazer no país uma transformação econômica inclusiva que preserve o  ambiente. Tive reuniões com integrantes do time de transição de Lula na COP27, que estão formando o novo governo, e tivemos conversas muito promissoras.

O governo alemão voltará a participar do Fundo Amazônia?

Desde a dissolução unilateral da estrutura de governança do Fundo Amazônia por parte do governo brasileiro em 2019, novos aportes não estão sendo implementados. O anúncio de Lula de que irá reforçar a luta contra o desmatamento é um sinal muito positivo, e estou convencido que o fundo é um mecanismo financeiro importante para apoiar os esforços do Brasil nessa luta. Estamos preparados para renovar nossa participação nas operações do Fundo Amazônia. Junto com a Noruega, compartilhamos a visão de que a reinstalação das estruturas de governança é necessária para a reativação do fundo. A decisão da suprema corte brasileira de que o Fundo Amazônia deve ser reativado até o final deste ano é muito encorajadora. Como ainda há um valor considerável destinado ao fundo que está bloqueado, a implementação desses valores será a prioridade inicial na retomada dessa participação.

* Colaborou Mathias Boni 

Leia mais na coluna de Marta Sfredo

 

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