Pelo segundo dia, o mercado encontra motivos para trafegar em terreno positivo, entre negociações da PEC da Transição, sinais do Exterior e a definição do futuro ministério.
Enquanto o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, dá toda corda para Fernando Haddad, que desde terça-feira (29) integra o grupo temático da Economia na equipe de transição, investidores e especuladores sonham com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, no Ministério da Fazenda.
Nesta quarta-feira (30), a bolsa abriu em alta, oscilou ao ao longo do dia e se firmou no azul depois da declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), de que pode começar a reduzir o ritmo da elevação de juro já a partir de dezembro. Encerrou com alta de 1,42%. O dólar passou o dia em queda firme e fechou com baixa de 1,63%, em R$ 5,202.
A presença de Alckmin na reunião ampliada do grupo da Economia ajudou a alimentar a expectativa de que o vice possa virar ministro da Fazenda. No entanto, quando o ex-governador de São Paulo foi cotado para uma pasta menos explosiva, a de Minas e Energia, foi levantado o embaraço de ter um ministro "indemissível", já que Alckmin foi eleito. Sem contar o fato de que Lula já anunciou, em público, que Alckmin não será ministro.
A quem pergunta por que o nome do ministro da Defesa parece mais garantido do que o da Fazenda, aliados de Lula respondem que nenhum está oficialmente indicado, mas há mais sinais na direção de Haddad do que na de José Múcio. E ponderam que esse é o estilo do presidente eleito: fazer a indicação aos poucos, para "normalizar" o nome.
A lista inclui a viagem ao Egito e a Portugal, a escolha para representar o presidente eleito em uma reunião de banqueiros, a companhia na ida para Brasília e a mais recente, a inclusão no GT da Economia. Seria bom ter Haddad no Planejamento e Alckmin na Fazenda? Sem dúvida. É uma expectativa realista?Não é impossível. Mas é pouco provável.