Depois de dois anos da ocupação da nova sede - e quase oito da inauguração oficial -, às margens da freeway, a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) conseguiu fazer caixa para investir R$ 90 milhões. O aporte será feito ao longo de três anos e inclui a entrada da entidade empresarial no Ensino Fundamental, o único estágio de educação em que ainda não atuava.
Os planos da entidade para reforçar a atuação em educação incluem a construção de uma escola em Porto Alegre, ao lado da antiga sede campestre do Sesc, no bairro Alto Petrópolis, na Avenida Protásio Alves. Conforme o presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn, esse projeto vai exigir R$ 42 milhões adicionais, ou seja, além dos R$ 90 milhões já aprovados.
Conforme Bohn, a Fecomércio já atuava em educação desde o Sesquinho, para crianças na pré-escola, até cursos de pós-graduação, mas faltava o Ensino Fundamental. Agora, acaba de abrir unidades para essa finalidade em Novo Hamburgo, Santa Cruz do Sul e Santa Maria. Parte da receita da entidade vem do chamado Sistema S, portanto de tributos cobrados das empresas do setor. Esses recursos financiam os braços operacionais que têm foco na área de comércio e serviços, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
— Nosso papel é complementar a atuação dos governos em todos os níveis, federal, estadual e municipal, e matar a fome e dar educação são atividades essenciais. Por isso temos o programa Mesa Brasil, que arrecada alimentos que estão perto do prazo de validade para alimentar quem precisa e agora estamos completando o percurso de formação dos usuários, que podem ir do Sesquinho à Maturidade Ativa nas nossas unidades — diz Bohn.
Sobre a nova escola em Porto Alegre, o presidente da Fecomércio afirma que será "um colégio de excelência", em área existente ao lado do Sesc Protásio Alves, hoje ocupada por um campinho de futebol. A construção deve levar dois ou três anos. Como funcionam hoje as escolas da entidade, parte será gratuita para famílias com renda de até três salários mínimos e vai cobrar de quem puder pagar.
— Tínhamos uma reserva técnica de caixa que teve uso aprovado pelo conselho fiscal. Nem todos os R$ 90 milhões são para educação, mas boa parte será para readequação das nossas instalações e passam pela melhora e ampliação do ensino. Entrar no Ensino Fundamental foi necessário porque havia uma lacuna na formação que oferecemos. Agora, vamos buscar parcerias com prefeituras para oferecer aulas no contraturno — afirma Bohn.