Para marcar o Dia da Indústria, celebrado nesta quarta-feira (25), a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) anunciou investimento de R$ 300 milhões na educação gaúcha nos próximos cinco anos, considerado o maior aporte de recursos na área em 75 anos de existência do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS). O programa A Indústria Pela Educação envolve três eixos – criação de escolas, oferta de atividades tecnológicas de contraturno e formação de professores.
No total, serão construídas seis escolas de Ensino Médio em tempo integral nos municípios de Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Lajeado e Santa Cruz do Sul. Também será ampliada a estrutura existente em Pelotas. O público-alvo são filhos de trabalhadores da indústria, que poderão receber bolsas integrais e parciais, e comunidade em geral. O processo seletivo para ingresso será aberto quando as obras ficarem prontas.
Em conjunto, essas unidades atenderão 2,4 mil estudantes. A primeira a ficar pronta deverá ser a de Lajeado, onde já há um espaço definido para sua construção.
— A primeira escola deve ter sua obra iniciada até o início do ano que vem e, aí, segue o cronograma. Temos a expectativa de que em 2025 as primeiras escolas já comecem com as aulas — estima o superintendente do Sesi-RS, Juliano Colombo.
Na proposta pedagógica do Sesi-RS, o aprendizado se dá por meio da pesquisa, e as tecnologias de inovação estimulam a criatividade e a solução de problemas. Para isso, as turmas são divididas em grupos, de forma a incentivar o trabalho colaborativo, e os professores atuam como mentores em apoio aos estudantes na busca por respostas para cada desafio.
Formação de professores
Outra obra prevista é de criação do Instituto de Formação de Professores. A construção será iniciada ainda em 2022 e finalizada no primeiro semestre de 2027. O espaço ficará em frente ao Cais Mauá, em Porto Alegre, e servirá para oferecer capacitação para docentes de escolas públicas e privadas, a fim de replicar a metodologia desenvolvida pelo Sesi-RS em suas escolas. A ideia é que sejam elaborados projetos personalizados para o dia a dia dos educadores e estudos de dados educacionais do Estado.
Também será feita a reformulação e a ampliação do contraturno tecnológico, com ênfase no pensamento computacional. A iniciativa atende, hoje, cerca de 4 mil estudantes de seis a 15 anos de 25 unidades de ensino. Com a ampliação, serão abertas mil novas vagas nesses locais e em outras cinco escolas, em cidades a definir, totalizando 5 mil alunos atendidos. A estimativa é de que a implementação dessas atividades de contraturno seja finalizada em dois anos.
Segundo o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, o investimento se deve ao fato de que o empresariado gaúcho tem dificuldade para achar funcionários qualificados para determinados postos de trabalho disponíveis. Ele alerta, entretanto, que nem todos os projetos podem se tornar realidade se o Ministério da Economia fizer cortes no orçamento do Sistema S como o ocorrido em 2020.
— Estimo que metade dos investimentos estaria garantida, porque temos uma boa estrutura de caixa, mas, se houver cortes, o projeto fica prejudicado, porque temos que ter recursos para manter a estrutura em funcionamento também. Mas espero que o ministro Paulo Guedes não tome essa decisão, né? Porque o trabalho do Sesi e do Senai é em benefício de todos os funcionários, todas as empresas, com treinamento de qualidade a custo zero — sinaliza Petry.
Colombo pontua que, agora, o Sesi-RS irá aos municípios contemplados para debater os encaminhamentos necessários para as escolas começarem a ser construídas.