No interior do Rio Grande do Sul, a cerca de 130 quilômetros de Porto Alegre, fica a maior coleção de cactos da América do Sul. O Cactário Horst, nome da família de seus fundadores, tem mais de mil espécies da planta em suas estufas, que ficam em exposição e à disposição do público para visitação gratuita.
A história do cactário se inicia na década de 1960, com Leopoldo Horst. Por curiosidade pessoal, começou a coletar e catalogar diferentes espécies de cactos que encontrava na cidade onde morava, Imigrante. Aos poucos, a curiosidade se transformou em paixão, e Leopoldo começou a fazer viagens cada vez mais longas para encontrar novas espécies da planta, indo a outras cidades, Estados, países e continentes.
A paixão de Leopoldo passou para o filho, Kurt Ingo Horst, que já aos 12 anos passou a acompanhar o pai em suas expedições. Juntos, viajaram por quase duas décadas por todo o país e para o Exterior, ministrando palestras e coletando novas espécies para a coleção. Pouco tempo depois de Leopoldo falecer, em 1988, Ingo decidiu transformar a paixão da família em fonte de renda principal, e abriu o cactário de forma oficial como loja e espaço de visitação.
— Começamos o cactário com mil metros quadrados, depois colocamos mais mil, e assim por diante. Hoje temos um espaço de 15 mil metros quadrados. Temos mais de mil espécies diferentes de plantas, originárias do mundo inteiro, e recebemos muitas visitas de turistas de dentro e fora do Brasil — afirma Ingo Horst, hoje com 62 anos.
O Cactário Horst faz parte de um roteiro turístico específico daquela região que se chama Delícias da Colônia. O caminho passa pelos municípios de Estrela, Colinas e Imigrante. Com cerca de 30 quilômetros de extensão, termina justamente no cactário.
Outro fator de atração do público é a grande variedade das plantas no cactário. Ingo conta que existem cactos de três a quatro centímetros, mas também exemplares com oito a 10 metros de altura. Muitas espécies resistem bem ao clima frio, como as nativas dos Andes, e outras suportam temperaturas elevadíssimas, como as dos desertos de Estados Unidos e México. Além disso, as variadas espécies têm flores de praticamente todas as cores. Muito resistentes, podem chegar a mais de cem anos de vida.
— Na coleção, tenho plantas de mais de 50 anos, mas na natureza vivem muito mais. Para quem tem em casa também facilita, porque o tempo necessário de cuidado é baixo. Com um lugar com bastante luz solar, e molhando uma vez por semana durante o verão, e uma vez a cada 15 dias durante o inverno, vive muito bem, e o tronco fica firme, não murcha como outras flores e plantas — destaca Ingo.
A grande variedade de espécies de cactos também aparece no preço de venda: enquanto as menores e mais comuns são vendidas por menos de R$ 10, as mais raras podem passar de R$ 5 mil. Mas só paga quem levar. Para ver, não custa nada. O cactário fica na Rua Guilherme Ernesto Lageman, 443. Durante a semana, abre das 7h30min às 11h30min e das 13h às 20h. Aos sábados, fecha às 19h. Nos domingo e em feriados, não abre. Visitantes individuais ou em pequenos grupos podem chegar a qualquer momento, mas excursões maiores precisam agendar a visita.
Essa seção inclui experiências acumuladas ao longo da pandemia e sugestões de leitores. Quem quiser indicar pequenos negócios que se tornam grandes passeios pelas atrações que oferecem, podem mandar pelos e-mails marta.sfredo@zerohora.com.br e mathias.boni@zerohora.com.br, ou deixar aqui nos comentários.
* Colaborou Mathias Boni