Ao apresentar os resultados do segundo trimestre da Corsan, seu presidente, Roberto Barbuti, diz que a meta é fazer a capitalização que deve resultar na privatização da empresa na primeira quinzena de fevereiro.
Segundo Barbuti, a empresa trabalha para estar com o processo preparado caso a Assembleia Legislativa aprove o formato de venda do controle da estatal. De abril a junho, o lucro líquido ajustado da Corsan aumentou 19,6%, para R$ 142,53 milhões, e a geração de caixa, pelo indicador Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 23% para R$ 159,36 milhões, nos dois casos ante igual período de 202o.
— Há prazo 90 dias para que os municípios façam a adesão à unidade regional, tendo como contrapartida o incentivo de participação acionária de 6%, na proporção do faturamento de cada um. O novo marco prevê prazo até março de 2022, mas a Corsan tem intenção de acelerar e ter adiantado a conclusão desse processo mirando o objetivo de ter operação de IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) concluída no início de 2022, mais especificamente na janela da primeira quinzena de fevereiro.
Respondendo a uma pergunta da coluna, Barbuti afirmou que a inspeção especial aberta pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) não deve comprometer esse prazo:
— A inspeção é algo esperado. Houve uma provocação que acabou antecipando esse movimento, que é saudável para o processo. É bom que seja esclarecido, o quanto antes, o questionamento que o TCE tiver. Esperamos demonstrar que temos total transparência e bastante segurança em relação aos procedimentos já adotados. No que é de nossa responsabilidade, as coisas estão caminhando bem, dentro do previsto. A prerrogativa da decisão cabe ao Legislativo, vamos aguardar os acontecimentos no ritmo que a Assembleia entender por bem.
No segundo trimestre, a Corsan elevou em R$ 79 milhões a provisão para o passivo trabalhista, depois de fazer uma revisão de ações que não estavam incluídas nesse cálculo. O valor total de provisões para riscos tributários, cíveis, ambientais e trabalhistas chegou a R$ 602,07 milhões.
No período, despesas com pessoal subiram 17,5%, para R$ 320,4 milhões. O aumento decorreu de R$ 25,4 milhões extras na remuneração, encargos e benefícios dos funcionários por reajuste salarial de 7,5% aplicado em maio, de promoções, ascensões e incorporações de funções gratificadas (FGs), R$ 9,8 milhões em indenizações trabalhistas e R$ 6,4 milhões no aumento da provisão previdenciária para o plano em que a Corsan é patrocinadora.