Nesta terça-feira (1º), o dólar fechou com baixa de 1,51%, para R$ 5,146. Como a coluna havia previsto, foi a menor cotação do ano. Antes, a mais baixa havia sido registrada em 14 de janeiro, quando encerrou o dia em R$ 5,21.
A descompressão cambial é resultado da combinação da perda de valor das "verdinhas" em relação a várias outras, do aumento de 2,75% para 3,5% na taxa Selic, e do novo ciclo de alta das commodities (matérias-primas básicas), que tende a valorizar moedas de países exportadores dessas mercadorias, como o Brasil.
No dia, o efeito mais importante para a queda expressiva foi a boa surpresa com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, que ficou acima do esperado. Assim como o real se valorizou frente ao dólar, a bolsa subiu 1,63% e bateu seu terceiro recorde nominal sucessivo desde a sexta-feira (28), a 128.267.
A volta da circulação de dólares em mercados emergentes como o Brasil é um fenômeno global. Conforme relatório publicado hoje, o Instituto Internacional de Fianças (IIF) estimou que a atração de divisas nesses grupo de países em maio só no mercado de "securities" (compras de fatias de empresas, compra de títulos públcios e privados) foi de US$ 13,8 bilhões.
Para lembrar, o recorde real da cotação do dólar continua sendo o de 10 de outubro de 2002, quando atingiu R$ 3,99 durante a eleição presidencial que tinha como favorito Luiz Inácio Lula da Silva. Corrigir o valor da época pela inflação brasileira, equivaleria hoje a mais de R$ 10. Caso a inflação americana também seja considerada, ficaria por volta de R$ 7.