No último ano, a Oi vendeu os negócios de telefonia celular para Claro, TIM e Vivo, e a rede de fibra ótica para o banco BTG Pactual.
Nesta terça-feira (27), quando a empresa anunciou o início da oferta de fibra ótica em São Paulo, a última capital que faltava, a coluna quis saber qual será sua atividade no futuro. O que ficou claro é que ser tornará uma espécie de intermediadora de serviço.
No passado, a Oi absorveu a estatal de telefonia do Rio Grande do Sul, a CRT. Por isso, ainda tem muito clientes de telefonia fixa no Estado, mas esse segmento está longe das prioridades da empresa que quer sobreviver ao maior pedido de recuperação judicial na história do Brasil na época da sua apresentação.
Durante a apresentação, os executivos se referiram várias vezes ao fato de ter backbone ("espinha dorsal", na tradução literal, se refere ao tronco principal de uma rede) próprio. Ao responder pergunta da coluna, Bernardo Winik, vice-presidente de Clientes da empresa de telefonia, afirmou que a parte vendida para o BTG Pactual vai "atender ao mercado, inclusive a Oi":
— A Oi é sócia da InfraBR (empresa formada com a venda ao BTG), que é uma rede neutra (compartilhada por diversas operadoras), por onde os dados dos clientes da internet trafegam. Os contatos e a prestação de serviços para os clientes é de responsabilidade da Oi. A gente passa a comprar a infraestrutura dessa empresa, que entrega a conectividade, mas a estratégia de mercado é da Oi, que continua atuando na venda da conexão e dos serviços que vai agregar.
Conforme Winik, a Oi tinha cem mil clientes em 29 cidades atendidas com internet em fibra ótica em 2018. No ano passado, já havia saltado para um milhão de clientes, e neste mês alcançou 2,5 milhões em 142 cidades. Ainda conforme o executivo, a Oi ganhou participação no mercado e lidera o segmento em 14 das 27 capitais, algumas com percentuais muito elevados, caso de 94% em Boa Vista (RR), 81% em Porto Velho (RO), 77% em Rio Branco (AC) e 71% em São Luiz (MA). Não foi informada a fatia de Porto Alegre, porque, segundo Winik, a capital gaúcha ainda não foi alvo dos esforços da Oi para crescer.