Motivados pelo início da vacinação contra a covid-19 no país, donos de bares, restaurantes, lancherias e cafeterias projetam um bom ano. O Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha) entrevistou 50 proprietários de estabelecimentos da Capital e ouviu que 84,4% esperam aumento no número de clientes e ampliação do faturamento em relação ao ano passado.
Segundo o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky, os empresários estão cientes de que "nada mais será como antes da pandemia" e que é necessário se adaptar a nova realidade:
— Não temos a intenção de voltar a atender e viver um setor de alimentação como tínhamos antes. Nossa categoria é extremamente realista e sempre está com esse olhar para o futuro. Fomos os primeiros a fazer estudos de viabilidade para operar com protocolos, que são rígidos naturalmente pelo ambiente e matéria-prima com as quais que estamos envolvidos, ainda mais seguros, logo no início da pandemia.
Apesar do otimismo, atualmente a maioria dos entrevistados ainda considera o fluxo dos clientes insatisfatório. Na pesquisa, 39,6% dos empresários classificou o movimento como "ruim". Já 31,3% dos entrevistados está um pouco menos insatisfeito, definindo o fluxo como "regular". Para 25%, está péssimo e só 4,2% consideram boa a circulação de clientes. A pesquisa concluiu que o período de férias e a redução da capacidade financeira dos clientes impactam nos índices.
Na avaliação de Chmelnitsky , a vacinação — ainda restrita a grupos prioritários — vai ajudar as pessoas a se sentirem mais seguras ao frequentar bares e restaurantes. Mesmo com expectativa de aumento dos clientes nos estabelecimentos, o delivery e o take way se consolidaram como modelo de serviço. Entre os entrevistados 83,3% mantêm a operação com esses modelos. Deste total, 45% afirmaram que não utilizavam esses canais antes da pandemia.
— Isso nos diz muito sobre como tivemos uma adaptação forçada, lógico, para manter nossas operações, mas também sobre como temos uma mudança completa também nos hábitos do consumidor. Ou nos ajustamos a essas preferências, ou vamos ter um momento ainda mais difícil de recuperação econômica — pondera Chmelnitsky.
Entre os entrevistados, 84,6% acreditam que este modelo de negócio foi fundamental para a manutenção da empresa durante o período de fechamento dos estabelecimentos. Desses, 62,1% consideram o resultado financeiro bom ou regular. Os empresários que estão insatisfeitos com o delivery apontam as taxas cobradas pelos aplicativos e custos operacionais como problemas.
* Colaborou Camila Silva