Apesar de a vacinação contra a covid-19 ainda avançar de forma lenta no país, o Brasil melhorou no ranking mundial da imunização, organizado pela Universidade de Oxford, e aparece à frente de nações europeias, como Dinamarca, Itália, Holanda e Noruega no gráfico de aplicações por 100 habitantes, que permite comparações entre diferentes realidades demográficas.
O Brasil também está melhor do que a China, país onde nasceu o coronavírus, e supera a cobertura vacinal de vizinhos de América Latina que começaram antes, como México e Chile.
No monitor de Oxford, o país aparece com 0,09 dose para cada 100 habitantes. Para se ter uma ideia, Israel, país onde a vacinação está muito avançada e que lidera o ranking, registra 1,69 dose para cada 100 habitantes. Nos Estados Unidos, o monitor informa 0,35 para cada grupo de 100.
De forma geral, a imunização é lenta devido a diferentes tipos de limitações: capacidade de produção pelas empresas farmacêuticas, problemas de estoque, velocidade de aplicação, entraves burocráticos e mesmo demora ou pouco interesse por partes de governos. A União Europeia (UE), por exemplo, está envolvida em uma disputa com a AstraZeneca, que produz a vacina de Oxford. O bloco de 27 países acertou uma compra gigantesca, mas o laboratório informou que só terá capacidade de entregar 20% do encomendado. A empresa está priorizando o cumprimento do contrato com o Reino Unido, que acertou antes as compras. A chamada "guerra da vacina" está sendo considerada a primeira disputa comercial pós-Brexit.
Afora os aspectos políticos, essa carência limita a imunização em nações em toda a Europa - com exceção, claro, do Reino Unido, que está em terceiro lugar no ranking (0,52 para 100 habitantes), mas ainda distante do segundo lugar, ocupado pelos Emirados Árabes Unidos (0,9 para 100 habitantes).