Depois de travar o processo de privatização da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas, durante a pandemia, a Petrobras retomou o processo.
Conforme expectativa do mercado, até meados de dezembro devem ser feitas as propostas por essa unidade e outras sete que estão sendo vendidas pela estatal.
Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmando a validade do rito estipulado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o processo ganhou velocidade e segurança jurídica. A próxima etapa, prevista para dezembro, é o que a estatal chama de "oferta vinculante", porque o potencial comprador se compromete (ou se vincula) com a proposta feita.
Como se previa há um ano, as principais candidatas à compra da Refap são os gigantes nacionais Ultra e Cosan. Já havia pouco interesse de grandes grupos internacionais pelas refinarias brasileiras, e o comportamento errático do mercado de petróleo durante a pandemia não ajudou.
Ainda conforme informações que circulam no mercado, o maior interesse das duas companhias nacionais não é a Refap, mas a refinaria de Araucária, no Paraná, por estar mais perto do mercado paulista. O perdedor em uma possível disputa pela Repar ficaria com a unidade de Canoas.
Veja quem são as candidatas
Ultra: é dona da rede de postos Ipiranga, que comprou em parceria com Petrobras e Braskem, em 2007. Das duas companhias rivais, é a que tem maior proximidade com o Estado, tanto pela forte presença da marca Ipiranga e sua identificação com o os gaúchos quanto por outros negócios que tem por aqui: uma pequena unidade no polo petroquímico de Triunfo (Oxiteno) e um terço da refinaria de Rio Grande. Ainda é dona da Ultragaz, da Ultracargo e da Extrafarma. No terceiro trimestre, a receita foi de R$ 20,76 bilhões (queda de 11% ante igual trimestre de 2019 e alta de 31% frente ao trimestre anterior). O lucro foi de R$ 277 milhões, 10% inferior ao do terceiro trimestre de 2019.
Cosan: o grupo inclui a maior produtora de etanol do Brasil, a Raízen, a rede de postos Shell e a empresa de gás e energia Compass, dona da Comgás (equivalente à Sulgás em São Paulo, já privatizada). É dona ainda da Rumo, empresa de transporte ferroviário que comprou a ALL, logo ainda tem algumas rotas no Rio Grande do Sul. Ainda tem uma parceria com a 4all e o banco Topázio para o desenvolvimento de uma carteira digital, a Payly. No terceiro trimestre, a receita líquida foi de R$ 17,5 bilhões (queda de 6,9% ante igual período de 2019).