Durante debate sobre a reforma tributária organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação Brasileira de Bancos (Febraban), duas das mais poderosas entidades empresariais do país manifestaram contra "qualquer tipo de CPMF".
Desde a semana passada, o governo vem adiando a anúncio de criação de um tributo para desonerar a folha de pagamentos das empresas por falta de apoio no Congresso e divergência até no governo.
Até agora, não foram explicitados os contornos do tributo que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não queria que fosse chamado de CPMF. A ideia de uma alíquota de 0,2% em cada operação, tanto para quem paga quanto para quem recebe, porém, é muito semelhante ao antigo. É por isso que as duas entidades fizeram questão de rejeitar "qualquer CPMF".
Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a CPMF é o pior imposto que existe. Considera "perverso", por cobrar das camadas de renda mais baixa da população e impactar as cadeias produtivas de forma cumulativa. Segundo o presidente da Febraban, Isaac Sidney, discussões sobre uma antiga ou uma nova CPMF são "estéreis" e não ajudam a definir um novo modelo tributário.
Depois do encontro, a CNI distribuiu nota pública acentuando a oposição das duas entidades, mas fez questão de defender uma reforma tributária "ampla e urgente". Conforme Andrade, ou o Brasil cresce com um sistema adequado para fazer as receitas crescerem, ou "vai parar". O posicionamento público das duas entidades é importante porque, nas últimas semanas, havia especulações de que entidades empresariais teriam sido convencidas a oferecer menor resistência à CPMF.