O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
O mercado de trabalho no Rio Grande do Sul carrega tanto sinais de alívio quanto de preocupação. No quarto trimestre de 2019, a taxa de desemprego no Estado voltou a registrar leve baixa, para 7,1%, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em igual período de 2018, estava em 7,4%.
A situação traz algum alento, já que os gaúchos apresentam um dos menores índices de desocupação do país. No quarto trimestre, apenas Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tiveram taxas inferiores. Na média do ano, o índice gaúcho foi de 8%, o segundo mais baixo do Brasil.
O quadro reflete maior quantidade de pessoas ocupadas. Ou seja, parcela mais robusta da população com algum tipo de trabalho. Esse contingente aumentou 2,7%, ao passar de 5,576 milhões no final de 2018 para 5,728 milhões no quarto trimestre do ano passado.
Para o IBGE, uma pessoa ocupada é aquela que exerce tanto atividades formais, com CNPJ ou carteira assinada, quanto funções informais, como os populares bicos. Aí, há um elemento que ainda preocupa.
No quarto trimestre do ano passado, o Estado tinha 1,947 milhão de trabalhadores sem registro — ao final de 2018, eram 1,944 milhão. Ou seja, o nível de informalidade permanece alto para os padrões gaúchos, ainda que esteja abaixo do verificado em outras regiões do país.
O mercado de trabalho é considerado um dos últimos indicadores a reagir após períodos de crise. Espera-se que, com desempenho mais firme da economia a partir de 2020, haja criação mais consistente de vagas formais.
O movimento é importante porque empregos com carteira assinada podem aumentar a confiança de consumidores ao garantir renda fixa a cada mês. Com mais confiança, o consumo também tende a avançar. A reação passa por esse caminho.