O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Confirmada em balanço apresentado nesta terça-feira (11), a alta de 28,2% no lucro líquido do Banrisul em 2019 chamou atenção de analistas. No período, o indicador alcançou a marca de R$ 1,34 bilhão. Em 2020, a tendência é de que o banco siga no azul, ancorado na projeção de desempenho mais firme da economia brasileira.
— O ponto de destaque foi o crescimento robusto no lucro. Até certo ponto, foi acima do esperado. Sem isso, o balanço teria sido bem neutro — avalia o economista Carlos Müller, analista-chefe da corretora Geral Asset.
Laís Martins Fracasso, da Fundamenta Investimentos, vai na mesma linha. Na visão da analista, o resultado verificado no ano passado foi "bem satisfatório". Ela destaca ainda a melhora em indicadores de rentabilidade do Banrisul.
Para Laís, todo o sistema bancário tende a ser beneficiado, nos próximos meses, pela manutenção do juro em nível baixo. Hoje, a Selic, que serve de parâmetro para as taxas oferecidas a consumidores, está em 4,25% ao ano, menor patamar histórico.
— O juro baixo e a redução no desemprego facilitam a concessão de crédito — frisa.
Apesar do cenário positivo, a divulgação do balanço não serve para mudar a posição do mercado financeiro a respeito do Banrisul. Para representantes do setor, o caminho mais adequado para o banco seria a privatização. A venda da instituição, entretanto, é descartada pelo governo estadual. No ano passado, o Piratini tentou negociar ações do Banrisul, mas acabou desistindo da operação em seguida.
O economista Gabriel Torres, da Liberta Investimentos, afirma que "as principais casas de análise" do mercado financeiro enxergam a possibilidade de maiores ganhos operacionais com a eventual privatização.