O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Se a economia fosse uma pessoa, teria duas árvores de Natal na sala. Uma estaria em melhores condições, à espera dos "presentes" da noite festiva. A outra, enfraquecida, teria de ganhar corpo e aguardar o Papai Noel em 2020. Abaixo, a coluna lista fatos de importância que se confirmaram em 2019 e o que ainda não saiu do papel.
O que veio em 2019
Inflação comportada
Depois de assustar as famílias brasileiras na crise econômica, a inflação seguiu em nível comportado em 2019. Projeções do mercado financeiro apontam IPCA perto de 4% ao final do ano. Parte disso está relacionada ao fato de o consumo ainda não ter deslanchado.
Juro baixo
A taxa básica de juro, a Selic, fecha 2019 no menor patamar histórico – 4,5% ao ano. Serve de estímulo a melhores condições de crédito no país. O desafio para 2020 é fazer os recentes cortes chegarem com vigor semelhante a empresas e consumidores.
Reforma da Previdência
Considerada por economistas como necessária para aliviar as contas públicas, a reforma da Previdência foi aprovada pelo Congresso. Resta saber se o avanço do projeto também provocará aumento consistente na confiança de investidores.
Fôlego no RS
O PIB do Estado acumulou gordura no início de 2019. Teve o melhor resultado no primeiro semestre em seis anos, com impacto da indústria e do campo.
O que ficou para 2020
Reação mais consistente
O desempenho da economia brasileira frustrou projeções em 2019. Esperava-se alta do PIB próxima a 3%, que deve ficar em cerca de 1%. Ou seja, um terço do imaginado. Para 2020, analistas projetam elevação da atividade na casa dos 2%, influenciada por eventual aquecimento do mercado interno.
Retomada do emprego
Uma das faces mais visíveis da crise, o desemprego ainda assombra o país. Cerca de 12 milhões de pessoas estão à procura de vagas – o número não é maior devido à informalidade. Para o próximo ano, a expectativa é de alguma melhora no mercado de trabalho.
Pacote de reformas
A agenda de reformas prometida pelo governo Jair Bolsonaro parou no projeto de mudanças na Previdência. Para 2020, é aguardado o avanço de propostas como a de alterações no sistema tributário do país.
Investimento externo
A chegada de aportes estrangeiros não alcançou o nível desejado em 2019. O leilão do pré-sal, dominado pela Petrobras, foi exemplo disso, já que arrecadou menos do que era esperado.