Depois de ensaiar recuperação mais consistente em 2017, o consumo das famílias brasileiras perdeu fôlego. O fato preocupa porque a demanda por produtos e serviços é um dos motores do crescimento econômico. Diante da situação, analistas reforçam a importância de medidas de estímulo, apesar do quadro fiscal que o país atravessa.
No segundo trimestre, o consumo subiu 0,3% em relação aos três meses anteriores, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes frisa que o desemprego e o aumento da informalidade no mercado de trabalho explicam, em parte, a demanda fraca.
Bentes avalia que a liberação de saques de contas do FGTS deve estimular o consumo, mas lembra que a medida tem efeitos limitados. Na visão do economista, a retomada também passa por ações do governo federal que busquem incentivar a concorrência no setor bancário, para tornar o crédito mais acessível.
– É preciso que isso seja feito de maneira mais acelerada, com a participação dos bancos públicos – frisa.
Segundo analistas, o Minha Casa Minha Vida tem um dos maiores potenciais para gerar reação em diferentes setores. O governo, entretanto, estuda suspender novas contratações do programa em 2020, por causa do aperto fiscal.
– A construção é chave da retomada. Quem compra um apartamento também pode comprar móveis e eletrodomésticos, beneficiando o comércio, por exemplo – observa Bentes.