Não deu nem tempo para flertar com a perspectiva de uma redução nos preços de gasolina e diesel das bombas, aberta pela queda na cotação internacional do petróleo. No dia seguinte ao que a Petrobras anunciou o fim dos reajustes periódicos dos combustíveis nas refinarias, um incidente ainda pouco explicado no Golfo de Omã provocou um salto no valor de referência do barril de óleo cru ao redor de 4%. Dois navios petroleiros foram danificados num suposto ataque no Golfo de Omã, na costa do Irã, ainda sob investigação.
Nas últimas semanas, a Petrobras vinha reduzindo de forma consistente os valores cobrados nas refinarias, aproveitando o espaço aberto tanto pela queda nos valores de referência internacionais do petróleo quanto o declínio na cotação do dólar em reais. Havia expectativa de novas diminuições nos preços dos combustíveis no mercado nacional.
Agora, abre-se um período de incerteza. Caso o incidente não tenha maiores desdobramentos, é possível que seja apenas um susto. O motivo pelo qual as cotações do barril vinham caindo é a desaceleração da economia mundial – por sua vez, resultado do conflito comercial entre Estados Unidos e China –, que é um fator estrutural, portanto duradouro. No entanto, especialistas temem que as investigações possam provocar novos conflitos entre os EUA e o Irã, com consequências imprevisíveis.