O que já era resultado de uma fusão vai entrar em outra. A Brasil Foods (BRF), resultado da união de Sadia e Perdigão depois de uma grave crise cambial, em 2009, anunciou nesta quinta-feira (30), em fato relevante, que iniciou tratativa para combinar seus negócios aos da concorrente Marfrig. Foi logo depois da crise do subprime, que provocou alta do dólar. As empresas tinham operações financeiras que potencializaram perdas cambiais.
" Espera-se que a combinação de negócios entre a Companhia e Marfrig coloque a nova empresa na liderança nos mercados em que atuará. A Companhia também espera que a Transação reduza a exposição aos riscos setoriais e gere sinergias, em virtude do equilíbrio e complementariedade de produtos, serviços e diversificação geográfica com relevância no Brasil, Estados Unidos, América Latina, Oriente Médio e Ásia", afirma um trecho do comunicado. Atualmente, a maior rival da BRF é outra sigla de três letras, a JBS dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
O momento e a justificativa do negócio são muito semelhantes às de uma década atrás, quando foi formada a BRF, embora desta vez, até onde se saiba, não há operações financeiras de alto risco. Uma das expectativas das empresas é reforçar a atuação no chamado "mercado halal", ou seja, dos países árabes, com os quais o governo Bolsonaro quase provocou uma crise no início do mandato.