O apoio condicionado dos Estados Unidos às pretensões brasileiras de integrar a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), conhecido informalmente como "clube dos ricos", não significa inclusão automática entre os atuais
36 sócios. Mas afinal, o que é e para que serve a OCDE? A entidade foi criada no final da Segunda Guerra Mundial, para acompanhar de forma sistemática a aplicação dos recursos de reconstrução da Europa do chamado Plano Marshall. Nasceu, efetivamente, um pouco depois, em 1961.
Diferentemente da Organização Mundial do Comércio (OMC), que tem uma função definida – ao menos em teoria, já que anda falhando na prática – de regular o comércio internacional –, a OCDE não tem um papel definido nas relações multilaterais. Sua função oficial é "promover políticas que melhorem o bem-estar econômico e social das pessoas".
Na prática, a entidade é uma espécie de bloco informal, a exemplo da União Europeia. Para que os países sejam admitidos e se mantenham como membros, a OCDE exige
o cumprimento de uma série de parâmetros, que vão de endividamento à educação.
As vantagens de integrar a OCDE são o ganho de imagem – sócios são mais bem-vistos do que não sócios – e o compromisso assumido em padrões internacionais, ou seja, sem o debate político interno que oscila conforme a força política no poder. É um ganho difícil de estimar. Embora ser integrante da OCDE eleve o patamar de credibilidade de um país, ainda fala mais, aos olhos dos investidores, a nota de crédito de risco (rating). E o Brasil ainda está longe de recuperar o chamado "grau de investimento nessa área".
Conforme o embaixador José Alfredo Graça Lima, que chefiou a missão brasileira na União Europeia e tem passagem pela OMC, o Brasil já participa há muitos anos de atividades da OCDE e não teria "grande exigência imediata" em termos logísticos. Observa, ainda, que
o embaixador Carlos Márcio Cozendey já chefia, na Embaixada do Brasil em Paris, um "setor" relacionado à OCDE. Foi indicado ainda no ano passado, à espera da entrada do Brasil no "clube dos ricos".