Apesar de o resultado do crescimento da economia em 2018 ter vindo dentro do esperado, provocou uma onda de reduções de expectativa para este ano. O principal motivo foi a virtual estagnação da economia entre outubro e dezembro do ano passado, com variação positiva quase invisível, de 0,1%. Completam o quadro os primeiros indicadores de 2019, que registraram avanços igualmente tímidos. Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Fibra, que costuma ser otimista, foi um dos que reduziram a estimativa para este ano. No seu caso, de 2,5% para 1,7%.
Oliveira explica que a travada do último trimestre de 2018 faz com que o crescimento perca o embalo em 2019. É o que os economistas chamam de “carry over” (carregamento é a palavra em português, mas não ajuda muito). Mas fica fácil de entender quando aplicada ao trânsito: é como se o carro desacelerasse antes de subir uma lomba. O resultado é a perda de velocidade na subida.
Outro sinal inquietante foi a queda de 2,5%, também no último trimestre, no indicador chamado Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), principal sinalizador de futuro no cálculo de PIB. Entram nessa conta o desempenho da construção civil e a compra de máquinas e equipamentos para a indústria. Esse mau desempenho é relativizado pela alta acumulada em todo o ano, de 4,1%. Acentua, porém, o fato de que as engrenagens do crescimento ainda estão desconectadas. Falta transformar expectativa e confiança em mudança de cenário, com a reforma da Previdência.